Translations: catalá,
deutsch, english, español,
francais,
italiano,
한국어 - 공개문,
portugues,po-russkii
Manifesto de Hipatia
Conhecimento livre em ação para os povos do mundo.
info@hipatia.infoPropomos a criação de uma organização mundial, popular e democrática para promover a adoção de políticas públicas, junto a condutas humanas e sociais que favoreçam a livre disponibilidade, sustentabilidade e socialização da tecnologia e do conhecimento, seu uso solidário e a viabilidade do modelo econômico e social que a construirá em termos de igualdade e inclusão de todos os seres humanos e os povos do mundo.
SOFTWARE LIVRE, caminho para um conhecimento:
Construiremos um novo mundo com Software Livre
I - Marco de Referência
Terra, água, ar e fogo eram os elementos
do mundo clássico. Segundo Einstein, compreendemos o mundo
interpretando-o seguindo os marcos de análise e síntese:
o do conjunto matéria - energia e o da informação.
Os últimos séculos se caracterizaram por um incremento do
domínio da matéria e da energia. Junto com a
capitalização, apropriação, desfrute e
controle por parte de uma minoria, dos conhecimentos e tecnologias
fechadas. O que determinou em grande parte as estruturas sociais e
econômicas criadas, que sustentaram as trocas. As
diferenças de classe, os distintos níveis de vida e os
conflitos criaram diversidade e a oportunidade de satisfazer projetos,
desejos e necessidades especiais. O capitalismo moderno é
consequência e uma vez motivo do desenvolvimento
tecnológico.
Há algumas décadas, a inovação
tecnológica e consequentemente uma das frentes principais de
acumulo de capital, se produz nas denominadas tecnologias da
informação.
A manipulação econòmica e as formas de
apropriação dos recursos gerados determinará em
grande parte os esquemas futuros de organização das
sociedades humanas.
Hoje, como nunca, a tecnologia e sua base de sustento material e
intelectual está em condições de alterar e
redefinir o ser humano e suas sociedades.
Conceitos como brecha digital, intencionam mostrar a
preocupação crescente com a forma em que estas trocas
impactaram nos setores mais humildes da humanidade, criando não
só novos analfabetos mas sim seres humanos a medida de suas
possibilidades, diferentes segundo seu poder econômico.
II - O que vem a ser
A vida surgida nos redemoinhos dos fluxos de
energia, está se fazendo mais completa, diminuindo localmente
sua entropia, progredindo mediante a seleção natural;
amadurecendo, incluindo-se em seus modelos de
representação ao obter consciência de sua
realidade, e preparando-se para melhorar-se em função de
seus objetivos emergentes.
A genética e a biotecnologia mudaram o que somos como pessoas,
modificando nossa biologia para ficarmos mais fortes, mais
inteligentes, permitindo-nos escolher como serão nossos filhos,
alterando o papel dos sexos, o conceito da reprodução
humana e outras questões que apenas entrevemos neste momento.
Na era da informação, as telecomunicações e
a informática permitirão construir redes de
comunicação hoje inimagináveis. A
interconexão de celulares e computadores a nosso tecido
neuronal, permitirá coisas que antes acreditávamos
ilusões: telepatia e telecinese, por exemplo. Interfaces
cerebrais humanas com computadores, artefatos de todo o tipo,
videocâmaras e outras serão naturais. Só nossa
limitada imaginação nos impede de ver até onde
poderemos chegar.
A crescente capacidade de comunicação, só
insinuada pela Internet, permitirá que no futuro a humanidade
evolua até meta-organismos que interconectem humanos. Uma
inteligência de complexidade maior do que tudo o que conhecemos.
Um ou vários seres justapostos dos quais seremos apenas
células.
O telefone permitirá comunicações bidirecionais
entre dois pontos de uma rede, um modelo de comunicações
entre pares. A televisão e o rádio permitirão
comunicações unidirecionais de um ponto até todos
os outros pontos da rede; um modelo unidirecional desde o centro; um
gera, todos lêem. A Internet permite comunicações
de todos com todos de forma horizontal e transparente. O computador
pessoal (PC) se transforma em um centro de comunicações
(PCC) que sobrepõe as capacidades do telefone e da
televisão às de processamento. Cada modelo planta um
esquema de participação e organização
institucional e humana diferente. A Internet não tem um centro,
nem controle, sua única organização central que
define protocolos se elege democráticamente, cada nó
administra seus enlaces.
As mudanças e avanços na produtividade das oficinas, a
reengenharia junto com outros esquemas administrativos, a
mecanização do trabalho intelectual, junto com a
destruição de alguns empregos e a criação
de outros, são só aspectos das
transformações em marcha que são parte da
"Sociedade da Informação."
A necessidade de curar e a possibilidade certa de trazer melhorias
à qualidade de vida aos incapacitados, entre outros, impulsionam
o suporte público ao desenvolvimento destas tecnologias. O
afã de lucro mobiliza enormes fundos de inversão em novos
empreendimentos.
O impacto que estas tecnologias, entre outras emergentes,
produzirão sobre o acúmulo de capital, a
distribuição das riquezas, e conceitos como a liberdade,
a igualdade e a democracia, serão profundos. A biotecnologia
redefinirá o ser humano,a informática junto com as
comunicações redefinirão nossas sociedades.
Não fazemos um juizo de valor com respeito a estas
predições, nem nos manifestamos de acordo ou contra elas,
simplesmente predizemos que ocorrerão.
III - Propriedade Intelectual, um conceito equivocado
O conceito da propriedade tem sido centro das
construções e lutas econômicas e sociais da
humanidade. È essencial ao capitalismo moderno o controle do
conhecimento mediante às formas que o tenham por capital
privado, o assinem valor de mudança e o assimilem conceitual,
contável e legalmente sob a forma de "propriedade".
A idéia de considerar que existem proprietários
não só de bens como também, de idéias,
textos, inventos (patentes), canções, etc... pretende
cristalizar um esquema usado para a matéria e no âmbito da
informação e impacta profundamente na estrutura das
sociedades humanas ao permitir um fluxo constante de recursos
àqueles que se apropriam delas, estabelecendo valor e acumulo de
capital sobre as mesmas. Por outro lado, a legislação
sobre direitos autorais, patentes, marcas e outras similares
habitualmente se confunde neste final vago. Embora estes conceitos
representem coisas muito diferentes.
É razoável que quem realiza um acréscimo ao
conhecimento humano tenha direitos emergentes dele. A questão
pleiteada é que conceito de propriedade não é
adequado, é uma bandeira de luta dos que consideram que tudo
é apropriável.
Por isso é que se tem que separar os significados e referir-se a
cada conceito em particular, como direitos de autor, patente, marcas,
etc... encontrando os regimes legais adequados a cada um, sem que isto
sigifique adotar-lhes o conceito de propriedade.
IV - Obras Digitalizadas
Hoje estamos em condições de
codificar digitalmente quase qualquer tipo de informação,
inclusa tempo real.
Representar nosso conhecimento seja qual for: imagens, textos, sons,
etc... por uma sequencia de zeros e uns, no básico: um arquivo,
de onde cada posição pesa um bit.
Nas eras anteriores à digitalização da
informação podia ter sentido ligar as estruturas legais
da matéria energia à informação, pois o
suporte material à mesma era tão importante para sua
manipulação que definia as formas de manejo: uso, troca e
designação de valor.
A digitalização torna a informação
ubíqua, muda seu caráter e permite sua
manipulação massiva e específica de formas
totalmente diferenciadas das tradicionais.
A aplicação do conceito de propriedade a elementos
codificados digitalmente é totalmente artificial. Em primeiro
lugar porque não são elementos contabilizáveis,
podem copiar-se ilimitadamente sem perder sua essência,
não tem nenhuma diferença entre o original e a
cópia. Um a um dos exemplares dos livros impressos podem
diferenciar-se, ser inventariados, tem um código individual,
embora iguais em conteúdo constituam duas coisas materiais
perfeitamente identificáveis em sua encarnação
física e sua cópia tem um custo importante. Assim como a
Mecânica Quântica encontrou regras estatísticas
diferentes para os objetos distinguiveis e os indistinguíveis
fermiões e bosones, necessitaremos leis distintas para as
criações digitais e para os objetos materiais.
Embora pudesse idealizar-se algum sistema de suporte material que
impeça realizar cópias e identifique cada instância
de um arquivo, algo pelo que clamam as grandes empresas musicais, isto
seria totalmente artificial e alteraria a essência de
comunicações livres que caracteriza o espaço
virtual digital criado ao redor da Internet. Seria totalmente
irracional e anti-econômico. Deveria impedir a análise
física dos dispositivos leitores e a codificação
de segredos em seu software. Até agora todos os intentos
realizados tem sido crackeados. É tão
contraditório aplicar um esquema baseado na matéria para
a informação, como impor uma norma sobre a pastagem de
cavalos ao desenho de estações de trabalho. A
digitalização é a técnica que
terminará de enterrar a propriedade intelectual e sua
influência no atual sistema econômico. Cada nível de
desenvolvimento tecnológico se sustenta em uma superestrutura
econômica , social e legal. No mundo digital, a propriedade
intelectual simplesmente carece de sentido. Tradicionalmente o
desenvolvimento induzido do conhecimento se gerou na esfera do poder.
Exércitos ou governos o financiarão, protegerão e
promoverão, o que entenderíamos como o âmbito
público.
Embora nem sempre circularam livremente, o conhecimento esteve
vinculado ao poder do estado. Nos últimos anos, o crescente
poder das corporações privadas começou a
apropriar-se da geração do conhecimento. Prevemos que com
a digitalização, voltará a ser gestado mediante
fundos públicos, principalmente nas Universidades, Forças
Armadas. As obras de arte voltarão a ser manejadas por seus
criadores e estes poderão por si distribui-las.
V- Programas
Quinta essência da
informação, os programas, caso particular de uma obra
digitalizada, são uma classe em si mesmos, pois representam
informação viva ou ativa, instruções para
executar. Utilizando o substrato material da eletrônica digital
moderna, os programas constituem um avanço a mais no caminho da
automatização. Assim como as máquinas da
revolução industrial impactaram no trabalho material, as
da revolução informática repõem cada vez
mais trabalho intelectual.
Os programas, como as receitas de cozinha, são
instruções para executar ações. Os humanos
programam em linguagem como lisp, c, perl, basic, etc, que entendemos.
Um programa (compilador ou interprete) traduz estas
instruções a uma linguagem que entende o processador de
cada computador e que não é inteligível para os
humanos.Os programas proprietários não são
distribuídos com a linguagem humana com que foram escritos e que
permanece oculta. Por este motivo podem conter portas ocultas e serias
falhas sem que possamos nem sequer nos inteirar. Dado que os programas
podem atuar por si, mas .....da intervenção humana, uma
vez instrumentada a base material do universo virtual - o que
está largamente realizado - podem ter uma existência e
ação independente de qualquer humano. Se bem que
só "obedecem instruções", a questão do que
fazem com as instruções recebidas não é
........, tal como indicam os teoremas de Godel-Turing sobre sistemas
completos. Os virus informáticos são a mais clara
encarnação das formas de vida digitais embora atualmente
muito primitivas. As idéias de alguns escritores - Arthur
Clarke, 2001 -Uma Odisséia no espaço- por exemplo- de que
o mesmo ser humano pode transferir sua alma-mente-programa a outro tipo
de máquina não biológica são só um
exemplo do potencial da informática.
VI- A pirataria, uma palavra para o marketing
Um novo fantasma recorre ao planeta, os piratas
armazenam nosso estilo de vida, em aparência mais norteamericano
que nunca. Estes asquerosos seres tem feito um culto de compartilhar,
se é que há pecado maior à uma sociedade que
idolatra o individualismo e o êxito individual.
O nome buscado para identifica-los é promissor: piratas. Estes
violadores de discos compactos, assaltantes de disquetes,
fotocopiadores, ladrões de vídeos e canções
destroem a propriedade que as grandes empresas tem sacrificadamente
acumulado pagando-lhes uma mínima porcentagem a seus criadores.
Como a tecnologia os ajuda e proporciona que as barreiras para evitar a
livre propagação caiam com a Internet, é
necessário inventar barreiras legais para criar uma propriedade
e valor de onde não seja possível estabele-las
naturalmente.
Quando não há leis, elas são inventadas rudemente
Só assim se entende que legisladores do terceiro mundo se vejam
compelidos a aprovar leis que instrumentem esta propriedade artificial
convertendo a seus povos em reféns das empresas transnacionais.
A propriedade é um roubo costumavam dizer os anarquistas e se
dedicavam a expropriar. Dizemos que a propriedade intelectual é
um freio ao progresso e nos dedicamos a produzir software livre.
E, por favor, não caiamos no truque, deixemos a palavra pirata
reservada para os assaltantes de barcos, violadores e saqueadores. Quem
usa um programa sem permissão estará violando uma lei
perversa, mas não são piratas.
VII- O movimento pelo software livre
A batalha pelo controle do conhecimento
recém começou. No âmbito da biotecnologia, as
grandes empresas tem conseguido controlar seu desenvolvimento neste
campo e está perfilada a evolução futura das
formas de capitalização e distribuição dos
benefícios. Aqui a batalha está sendo ganha pelas
empresas. Tem conseguido até patentear seres vivos. Sem embargo
é imprescindível neste documento destacar a
publicação em forma aberta do genoma humano.
Enquanto para as tecnologias informáticas tem desatado uma
já não tão sordida luta entre os programadores
livres unidos mediante a Internet e o bando encarnado pela Microsoft,
gigante proprietário da maior parte do software usado no mundo,
a em princípio o paradigma do modo de vida americano, agora
paradigma dos monopólios.
Inventam-se custosas tecnologias, se desenvolvem livrarias, se demoram
os avanços tecnológicos em microprocessadores para que
sigam executando código velho e assim poder reutilizar software
precompilado. O único que assegura a reutilização
é o código fonte, mas em nome da criação de
valor artificial se consomem inúmeros recursos.
A humanidade não necessita reinventar a roda cada vez que a quer
usar, é só o fato de vê-la nos indica como
usá-la. Não faz falta inventar uma outra vez os
códigos dos rogramas. Os bons engenheiros e arquitetos copiam,
adaptam e melhoram as boas soluções. Se impedimos que
outros possam ver o código humano originário dos
programas, forçamos a todos a repetir os erros e voltar ao mesmo.
A batalha dos programadores para conseguir a reutilização
de seus programas e obter conhecimento individual por sua obra vai
contra os intentos de seus empregadores,a industria informática,
para fechar os códigos fontes e impedir a
cooperação humana é uma história
épica, liderada pela FSF a partir do trabalho de Richard
Stallman. Uma luta na qual a humanidade encontrou uma resposta
inteligente ao desafio pleiteado na encruzilhada em que se encontrava.
Seu logo, estandarte ou referência mais importante é o
código GNU. Uma comunidade de hackers por todo o planeta,
mediante um trabalho titânico de programação ,
conectados pela Internet, a qual deram forma, criaram a base
informática sobre a qual é possivel utilizar os
computadores sem usa softwre proprietário. Esta merotocracia tem
sido a principal responsável em propagar os valores da
ética da cooperação na prifissão
informática.
GNU/Linux, realizado por Linus Torvalds, é o primeiro Sistema
Operacional funcional sob a licença GPL,( - em castelhano) e
representa a coroação de anos de esforço
comunitário.
As liberdades propostas pela FSF, que definem o software livre tipo
GPL, são o fundamento da luta iniciada. Enunciadas
originariamente por Richard M. Stallman, fixam a possibilidade de
acesso às fontes dos programas e mais importante ainda, impedem
que outros possam usar este software para criar derivados que
não sejam livres.
Varias correntes de opinião tem contribuido para entender e
difundir o desenvolvimento do software livre, destacamos dois:
Existe também diversas posicões com respeito às formas de distribuição de software, que tem originado diversos modelos de licenças. Tipos de licenças da GNU, problemas com outros tipos de licenças, o conjunto de geeks ou hackers majoritáriamente compartilham um conjunto de valores emergentes constituindo-se em Socio Hackers. Substitui-se a ética protestante do trabalho (monastério) pela ética do hacker (universidade), recolocando os valors:determinação ou orientação a metas, otimização, flexibilização, estabilidade de metas, laboriosidade, valor do dinheiro ou economia, e contabilidade de resultados por outros referenciados em tres níveis:
trabalho, dinheiro e....... : paixão, liberdade, valor social, acessibilidade ou transparência, atividade´, preocupação responsável e criatividade. Para os hackers, segundo Torvals, os níveis de Mashlow se interpretam como: 1) sobrevivência 2) seguridade 3) entretenimento. A felicidade (licitude na fé) consiste em alimentos, amizade e alegrias.
O Movimento pelo Software Livre não usa ferramentas de marketing, não aparece nos anúncios de TV nem de rádio, nem nas revistas. Usa ferramentas comunitárias e a educação, depende da militância.
Podemos dizer que a luta dos movimentos do software livre representa o primeiro exemplo entre os bastos setores que se mobilizam por "Outro mundo é possível", habitualmente referenciados como movimento antiglobalização, que tem êxito na tarefa de oferecer alternativas reais.
VIII - Nossa Luta (missão)
Como em todos os novos desenvolvimentos , a humanidade deve
dar´se um conjunto de idéias e princípios para
interpretar e usar as tecnologias da informação. Nossa
tarefa é construir consenso e propagar a visão que
defendemos.
Estes princípios, como todos os que impactam em nossa vida,
estão assinalados pelas lutas históricas da humanidade e
cruzados pelos desejos individuais dos poderosos da época contra
os esforços do resto em criar uma sociedade igualitária e
justa.
Devemos incorporar, de forma consciente, a dimensão
política para a luta. devemos conquistar a arena pública
e trabalhar por conseguir que as pessoas e suas
organizações públicas, em particular o estado,
trabalhem com informação livre. Porque acreditamos que o
Software Livre vá ajudar a construir melhores sociedades,
reconhecemos que sua adoção pé parte de nossa luta
por construir outro mundo.
Propomo-nos impulsionar o uso e a criação do software
livre, fazer que o valor da suposta propriedade intelectual dos
programas de uso restrito caiam. Paralelamente criaremos programas
livres iguais ou melhores, cujo custo de aquisição
será próximo de zero.
Ensinaremos a nossas crianças a compartilhar seus programas e
jogos de computador. Uma criança que deseje ser programador
quererá ver o interior dos programas que usa, desarma-los e
armá-los de outra forma. Não devemos impedir-lhes deste
jogo, prática e preparação para sua vida.
Mais que propor um modelo de licença, advogamos por eliminar a
necessidade de licenças, modificando a legislação
ao declarar como direiro universal os princípios contidos na
GPL.Esta licença é um método inteligente para ser
utilizado em um mundo dominado por inimigos, agora se trata de mudar o
mundo, usando a base intelectual construída mediante a GPL no
mundo anterior.
Hoje podemos pensar na construção de uma comunidade
humana, sem imposição informática, hiper-conectada
com ferramentas livres e sem os condicionamentos econômicos
produzidos pelo acúmulo de um capital mediante o domínio
do valor das obras intelectuais do software.
E dizer que temos boas notícias para transmitir: a luta que
definirá a base social e econômica da tecnologia
informática do mundo está sendo ganha pelos programadores
livres. O modelo de desenvolvimento de software que E.Raymons
(propulsor do movimento de fonte aberta) denominou "Bazar" em
contraposição à "Catedral" está
funcionando. Estamos pouco a pouco recolocando uma cultura de
licenças em caixinhas coloridas, por outra de
contratação de serviços a pequenas empresas. Uma
cultura de programadores subempregados em um só centro global a
outra de pequenos empresários distribuídos em todo o
planeta. pensar e atuar globalmente na geração de
conteúdos;pensar e atuar localmente no uso destes
conteúdos e programas.
É hora da comunidade toda conhecer do que se trata e tomar parte
nesta batalha hoje restrita a comunidades virtuais, que vão tem
um impacto profundo na vida de nossas futuras gerações.
Para triunfar é necessário que os usuários finais
se voltem massivamente ao uso de software livre. Não só
por ser melhor tecnica e economicamente como também por ser
melhor socialmente. Existe o risco certo que os costumes, os interesses
de grupos, as cadeias de comercialização, o marketing e
más ou interessadas decisões estatais terminem se
sobrepondo a melhores produtos e a soluções socialmente
adequadas. Como os problemas ambientais, nem sempre as externalidades
da economia são levadas em conta nas decisões dos
mercados. É necessário ação estatal,
militância e consciência. Há varios estados no mundo
e em particular destacamos os esforços da Cidade de Porto Alegre
e do Estado do Rio Grande do Sul por adaptar seus sistemas de
gestão ao Software Livre.
Dos modelos se confrontam e as ações de cada um de
nós impactaram profundamente em nosso futuro. Vários
futuros são possíveis, nossa militância
produzirá um deles.
IX - Hipatia : propostas e ações a realizar
Propomos a criação de Hipatia como âmbito mundial
de reflexão, coordenação e ação;
espaço progressista de luta para ajudar a concretizar a
possobilidade de um mundo melhor.
Esperamos somar esforços e constituir uma corrente
política e ideológica dentro do movimento pelo software
livre, incorporar o mesmo a preocupação pelo futuro dos
povos do planeta.
Impomo-nos como objetivo que a humanidade disfrute do que passamos a
enunciar, já que cremos que todos os seres humanos e as
sociedades que integramos, temos direito a:
1-conhecer íntima e totalmente o funcionamento de toda a
tecnologia e informação gerada pela humanidade, para seu
uso em condições dignas, como parte inseparável da
mesma;
2-modificar e distribuir nova tecnologia embasada na anterior sem outro
limite que o primeiro inciso;
3-obter reconhecimento como autor de uma obra intelectual e poder
definir as formas de distribuição das obras produzidas
com os limites impostos nois dois primeiros incisos;
4-obter copia de toda obra, em sua forma digital, quando esta existir.
Nada impedirá o livre fluxo da informação digital,
mas .... dos limites ou preços que o ........que se encontrarem
cada instância da mesma pudera impor sobre seu suporte material,
ou vínculos de comunicação;
5-receber informação que permita compreender a tecnologia
que usamos em fins da cultura e conhecimento de cada ser humano.
Para garantir seu exercício, estabelecemos nosso compromisso a:
1.Impulsionar o uso do software livre como um médio essencial
para outorgar a todos os seres humanos os direitos acima enunciados;
2.trabalhar para que todo ser humano tenha acesso livre às
tecnologias e conhecimentos da era da informação,
propendendo a garantir sua participação como
cidadão no mundo do futuro.
Convidamos a todas as pessoas de boa vontade a aderir, criticar,
melhorar e/ou participar da forma que melhor lhes pareça, da
proposta.
Brasil: Mario Luis Teza; Argentina:Diego Saravia e Juan Carlos Gentile;
Uruguai: Luis Gonzales
Café Tortoni, Buenos Aires, novembro de 2001.
Inclui sugestões de:
Alejandra Garcia, Jose Martia Budassi e Nidia Morrel
Por que Hipatia?
Elegemos a Hipatia, mulher, porque foi a ultima custodia de saber
armazenado por uma civilização que terminava, encerrada
em profundas contradições com um conhecimento não
funcional para a realidade econômica de seu momento
histórico. Antes imperio, hoje terceiro mundo, a
referência a uma das origens da humanidade, hoje país
árabe, impõe uma visão particular a este movimento.
O Farol de Alexandria simboliza a luz irradiada, semente e maravilha
que iluminaria mais tarde no renascimento de um mundo novo.
Hipatia Hipatia 2 sagan Hipatia 3 Hipatia 4
.
Por que Hackers?
Por que usar a palavra hacjers, que para muitos tem um sentido
pejorativo?
Para muitos de nós, a palavra hackers não tem um sentido
pejorativo, e o significado que lhe dá a imprensa ou muitos
não iniciados na cultura hacker é o correspondente
à palavra cracker.
Para mais detalhes consultar: Dicionário ou Arquivo de
Jargão